O ano de 1979 foi particularmente estranho para a aviação mundial. É certo que aviões estão sujeitos a toda sorte de circunstâncias a partir...
O ano de 1979 foi particularmente estranho para a aviação mundial. É certo que aviões estão sujeitos a toda sorte de circunstâncias a partir do momento em que decolam dos aeroportos, mas em nenhum ano houve tantos casos estranhos como naquele final de década. Coincidências bizarras, premonições, sumiços repentinos, inclusive envolvendo um avião brasileiro. Confira três desses casos.
O desaparecimento do voo 967 da Varig
No dia 30 de janeiro de 1979, decolou do aeroporto de Narita, no Japão, o avião cargueiro da Varig rumo ao Rio de Janeiro, com escala nos Estados Unidos. Logo após a decolagem, o comandante Gilberto Araújo da Silva fez contato com a torre de controle. Estava tudo em ordem. Uma hora depois, estava previsto o segundo contato, o que não foi feito.
Trinta minutos após a decolagem em Tóquio, o avião desapareceu sobre o Oceano Pacífico sem deixar pistas. Apesar de intensas buscas na região, nenhum destroço, fuselagem ou corpos jamais foram encontrados.
O detalhe curioso: o comandante Gilberto era sobrevivente de um incidente ocorrido três anos antes, quando foi obrigado a fazer um pouso de emergência na França, devido a um incêndio no seu avião. Naquele episódio, 123 pessoas morreram, e o comandante entrou para o seleto grupo da história como um dos raros comandantes a estar envolvido em dois acidentes com vítimas fatais.
191: o número mortal
Quatro meses depois do desaparecimento do avião da Varig, um DC-10 da American Airlines caiu nas proximidades do aeroporto de Chicago quando decolava rumo à Califórnia. Entre as vítimas fatais, estava a escritora norte-americana Judy Wax, que tinha acabado de lançar seu livro, Starting in the Middle. O número do seu trágico voo era 191, e na página 191 do livro, Judy falava sobre o seu medo de voar.
Também em maio de 1979, antes da morte da autora, a revista Chicago fez uma resenha do livro e publicou uma foto de Judy Wax. Na página anterior da resenha, havia um anúncio de página inteira de um DC-10, da American Airlines, para a Califórnia...
Ossos Pulverizados
Em agosto de 1979, um Learjet desapareceu sobre o deserto egípcio, a sudoeste do Cairo, depois de decolar de Atenas rumo a Jeddah. A bordo do avião estavam o proprietário do aparelho, o armador libanês Ali Eldin al-Bahri, Peter Seime, um sueco especialista em petróleo, Theresa Drake e dois pilotos. O avião apareceu em diversos radares, tinha combustível o suficiente para mais 4 horas de voo, quando foi contatado pela última vez na torre do Cairo. Não houve nenhum pedido de socorro.
Apesar dos esforços das forças aéreas do Egito e da Arábia Saudita, os destroços não foram encontrados.
No entanto, em fevereiro de 1987, uma equipe de arqueólogos encontrou o avião perdido, 435 quilômetros a sudoeste do Cairo. A fuselagem estava intacta e não havia nenhum sinal de fogo, embora uma asa estivesse a cerca de 1,5 quilômetro do local principal. Beduínos haviam, aparentemente, encontrado o jato alguns anos antes e tinham depenado seu interior.
À primeira vista, não havia restos de seres humanos a bordo. Uma inspeção mais aprofundada, todavia, revelou ossos humanos moídos, quase pulverizados, empilhados no piso do avião.
“O maior desses ossos” – disse Tom, pai de Theresa Drake –, não era maior do que um polegar.
O professor Michael Day, osteólogo do Saint Thomas Hospital, em Londres, achou que os ossos deveriam estar quase intactos.
- Em oito anos, eles certamente não deveriam ter começado a se desintegrar. Nem mesmo animais ferozes teriam deixado fragmentos tão diminutos - disse Day. Até hoje, não se sabe exatamente o que aconteceu para deixar os restos mortais dos tripulantes nessas condições.
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BERLITZ, Charles. O livro dos fenômenos estranhos. E. Best Seller, 1988.